Galeria

Ilustram o cabeçalho desta página alguns dos muitos personagens que, seja diretamente, seja através das reflexões daqueles que os criticam ou neles se inspiram, fazem-se presentes no imaginário dos que se preocupam com os destinos do País. Merecem ser lembrados, e sua influência na Política deve ser constantemente pensada e repensada.

OLIVEIRA VIANNA, Francisco José de

OLIVEIRA VIANNA, Francisco José de (1883-1951)
Jurista, historiador e um dos precursores da Sociologia no Brasil. Apontou a necessidade da utilização do método sociológico no estudo do Direito Público. Foi um dos responsáveis pela organização corporativa do movimento sindical brasileiro (trabalhadores e empregadores) no Governo de Getúlio Vargas. Entre suas obras, “Populações Meridionais do Brasil” (1920), “O Idealismo na Constituição” (1927), “As Novas Diretrizes da Política Social” (1939) e “Instituições Políticas Brasileiras”, 2 vol. (1949)

GÓES MONTEIRO – Pedro Aurélio de (1889-1956)
Oficial do Exército e político brasileiro. Combateu a Coluna Prestes. Comandante militar da Revolução de 1930. Comandou as tropas federais que debelaram a Revolução Constitucionalista de 1932. Na função de Ministro da Guerra do Governo Vargas, foi responsável pela elaboração da Doutrina de Segurança Nacional. Foi Chefe do Estado Maior do Exército Brasileiro de 1937 a 1943 e de 1951 a 1952; novamente Ministro da Guerra em 1945, foi um dos responsáveis pelo fim do Estado Novo em 1945. Ministro da Guerra ainda por alguns meses no Governo Dutra. Em 1947 foi eleito Senador; em 1950, não aceitou o convite de Vargas para ser Vice-Presidente e não foi reeleito para o Senado. Terminou seus dias como Ministro do Superior Tribunal Militar.

MAQUIAVEL, Nicolau (1469-1527)
Poeta, músico, historiador e diplomata de Florença, conhecido como fundador da ciência política moderna em virtude da atenção que dedicou ao Estado e à função dos governantes. Destacou-se por seu empenho em instituir uma milícia nacional italiana. Observou o comportamento político das personalidades da época. A leitura dos autores da Antiguidade clássicos foi a base de suas reflexões, tendo sido influenciado principalmente por Tito Lívio, de quem absorve os conceitos de virtù e de fortuna. Após a queda dos Médicis, será considerado inimigo da República de Florença. Ao ser afastado do cargo, produziu suas principais obras que, por determinação do Concílio de Trento, serão colocadas no Index. Condenado por muitos como defensor de uma política imoral (donde o “maquiavelismo”) e apontado, por outros, como defensor das liberdades.

MARX, Karl (1818-1853)
Um dos teóricos do comunismo. Famoso por ter escrito “O Capital” e pelas análises das situações políticas e das crises francesas. Por muitos cientistas sociais, duas de suas obras, “O 18 brumário de Luis Bonaparte” e “A guerra civil na França”, são tidas como modelo de análise. Escreveu, com Frederico Engels, o “Manifesto comunista”, em que dá ênfase ao conflito entre classes sociais atribuindo-lhe a condição de motor da história.

ROUSSEAU, Jean-Jacques (1712-1778)
Filósofo e precursor da Sociologia e da Antropologia Social com seu “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”. Conhecido como ”Cidadão de Genebra”, onde nasceu, desenvolveu seus trabalhos na França. Suas obras, especialmente “O Contrato social”, “Emílio” e “Júlia ou a Nova Heloísa” tiveram grande repercussão, a primeira, no pensamento e nas lutas que levaram à Revolução Francesa; as duas outras, nas teorias pedagógicas e da educação.

TROTSKY, Leon [Lev Davidovitch Bronstein] (1879-1940)
Militante socialista, depois comunista, foi presidente do Soviet de São Petersburgo durante a revolução de 1905. Criticou as posições de Lenin e a dos social-democratas russos até 1917, quando ingressou no Partido Comunista (bolchevista) pouco antes da Revolução de outubro. Foi Comissário da Guerra e organizador do Exército Vermelho durante a revolução. Foi expulso do Partido por Stalin, que deu ordens para matá-lo. Refugiou-se em diferentes países, fixando residência, finalmente, no México, onde foi assassinado em 1940.

JAURÈS, Jean (1859-1914)
Líder socialista francês. Discordou das teses marxistas dominantes na II Internacional. Deputado e escritor, destacou-se por sua campanha pacifista contra a Guerra de 1914, que acreditava iminente. Foi assassinado por um nacionalista francês pouco antes da eclosão da guerra.

LUXEMBURGO, Rosa (1878-1919)
Expoente do marxismo no Partido Social-Democrático Alemão, criticou algumas das conclusões de Marx em sua obra “A acumulação do capital”. Fundou, com Karl Liebknecht, a Liga Espartacista, que preconizava a revolução e o fim da guerra de 1914. Em 1918 escreveu uma apreciação da revolução russa, louvando a “coragem de ousar” de Lenin e Trotsky, mas apontando que a falta de democracia, já então visível, acabaria levando à ditadura. Foi assassinada em 1919 durante a malograda revolução em Berlim.

DE GAULLE, Charles (1890-1970)
Chefe da França Livre, em 1940, comandando a resistência dos franceses que se opunham à Alemanha de Hitler e à ocupação do território francês pelos exércitos alemães. Na libertação da França, foi o primeiro Presidente da IV República, renunciando em 1946. Voltou ao poder em maio de 1958 como Primeiro-Ministro, depois do golpe dos Coronéis da Argélia contrários à independência do país. Em 1959 foi eleito Presidente da V República, após a aprovação de nova Constituição, elaborada sob sua orientação. Sua política para a Argélia provocou a reação dos antigos colonos franceses e alguns Generais e Coronéis, que passaram a agir contra o Estado francês na Organisation de l’Armée Secrète. Sofreu vários atentados realizados pela OAS. Pôs fim à guerra da Argélia em 1962. Renunciou à Presidência em 1969, depois de ter sido derrotado em plebiscito em que se pretendia a reforma da Constituição.

GRAMSCI, Antônio (1891-1937)
Fundador do Partido Comunista Italiano. Renovou alguns aspectos da teoria marxista, introduzindo novos elementos de análise das situações políticas e sociais e enfatizando o fator cultural. Permaneceu preso durante anos sob o regime de Mussolini. Sua principal obra é “Cadernos do cárcere”, cuja publicação, durante a vida de Stalin, foi proibida fora da Itália.

HOBBES, Thomas (1588-1679) Filósofo inglês.
Foi também teórico da Política. Insistiu na necessidade de que o poder do Estado não fosse contrastado por qualquer outro poder. Propõe um Estado que paire acima dos interesses privados. Sua obra de maior repercussão é Leviatã. Defende o poder absoluto do Estado, a que todos devem submeter-se e cuja função é garantir a segurança da vida e dos bens dos seus súditos. Dessa forma, o Leviatã contém todos os elementos que caracterizam o Estado moderno, exceto sua submissão à lei constitucional. A respeito da obra, Richard Crossman pôde dizer é o primeiro assalto autoritário à democracia (Biografia do Estado moderno).

POMBAL, Marquês de – Sebastião José de Carvalho e Melo – (1699-1782)
Estadista português. De 1750 a 1977, foi um dos chamados “déspotas esclarecidos”. Procurou racionalizar o Estado através de reformas administrativas e sociais. Impôs monopólios estatais, regulou a produção, a atividade comercial e as exportações e impôs empecilhos à importação visando a fazer frente à concorrência estrangeira. Proibiu a leitura das obras dos enciclopedistas franceses, considerada ofensiva à paz. Aboliu a escravatura nas Índias portuguesas, reorganizou o Exército e a Marinha, reestruturou a Universidade de Coimbra. Em 1759, expulsou, da metrópole e das colônias, a Companhia de Jesus. Em sua gestão, Lisboa, destruída pelo Terremoto de 1755, foi totalmente redesenhada por arquitetos e reconstruída.

PEIXOTO, Floriano Vieira de Araújo (1839-1895)
Oficial do Exército brasileiro. Participou da Guerra do Paraguai. Foi Vice-Presidente no primeiro Governo Republicano e assumiu a Presidência ao ter Deodoro da Fonseca renunciado. Presidiu o Brasil de novembro de 1891 a novembro de 1894. Seu governo foi de orientação nacionalista e centralizadora. Debelou várias rebeliões, tais como: o Manifesto dos 13 generais em abril de 1892; a 2ª Revolta da Armada desencadeada em 1893 e chefiada pelo Alm. Custódio de Melo e, em seguida, pelo Alm. Saldanha da Gama ¯ que bombardeou a Capital brasileira ¯ e terminou em 1894, com a fuga dos revoltosos para Buenos Aires; e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, de 1893 até o final de seu mandato. Recebeu o título de “Consolidador da República” e passou à História como “Marechal de Ferro”.

CAXIAS, Duque de – Luís Alves de Lima e Silva – (1803-1880)
Oficial do Exército Brasileiro. Presidente do Conselho de 1855 a 1857, de 1861 a 1862 e de 1875 a 1878 e Ministro da Guerra de 1855 a 1858 e de 1861 a 1862. Combateu nas lutas da Independência na Bahia. Participou das ações militares e da solução da Balaiada, no Maranhão, em 1839. Resolveu os movimentos liberais revoltosos em Minas Gerais e São Paulo (1842) e a guerra dos Farrapos (1845), no Rio Grande do Sul. Contribuiu para a consolidação da unidade nacional territorial e para o fortalecimento do poder central. Por isso é chamado de “o pacificador”. Participou da campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, como Comandante-em-chefe do Exército do Sul (1851) em campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai, e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 – 1852). Foi Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, Comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867) na Guerra do Paraguai (1864-1870).

RIO BRANCO, Barão do – José Maria da Silva Paranhos Junior – (1845-1912)
Jornalista e Diplomata brasileiro. Apesar de monarquista, aceitou o chamado de Floriano Peixoto a levar a termo a missão de defender os direitos do Brasil aos territórios das Missões em conflito com a Argentina. Assegurou ao Brasil grande parte do território dos estados de Santa Catarina e Paraná. Em 1898, foi encarregado de resolver a questão do Amapá com a França. Em 31 de dezembro de 1900 foi nomeado Ministro plenipotenciário em Berlim. Em 1902 foi chamado por Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores, na qual permaneceu, até sua morte, durante o mandato de outros três Presidentes da República ¯ Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Pan-americanista convicto, sua grande contribuição à História foi a consolidação das fronteiras. Na sua gestão, definiu o contorno que o território brasileiro ainda, a bem dizer, mantém, por negociações: com o Equador em 1904; com a Guiana Holandesa em 1906; com a Colômbia em 1907; com o Peru em 1904 e 1909; com a Argentina em 1910. Concedeu ao Uruguai o condomínio sobre o Rio Jaguarão e a Lagoa Mirim. Resolveu a questão do Acre com a Bolívia.

CASTILHOS, Júlio Prates de (1860 – 1903)
Jornalista e político positivista brasileiro. Dirigiu o jornal A Federação de 1884 a 1889, no qual fazia propaganda das idéias republicanas. Em 1891 foi Presidente da província do Rio Grande do Sul, sendo deposto após a queda de Deodoro da Fonseca. Neste mesmo ano, elegeu-se deputado para a Assembléia Constituinte. Redigiu a Constituição estadual, por muitos considerada autoritária pelas restrições que estabelecia ao Poder Legislativo. Eleito Presidente do estado, tomou posse em 1893. Enfrentou a Revolução Federalista. O chamado “castilhismo” consolidou-se como corrente política e teve presença ativa no País por cerca de quarenta anos, notadamente durante o Estado Novo (1937-1945).

SCHMITT, Carl (1888 – 1985)
Jurista e Professor da Universidade de Berlim. Desenvolveu doutrina segundo a qual a identidade de um povo se consolida pelo enfrentamento ao “inimigo”. A ciência política contemporânea consagrou sua definição do fato político como a relação “amigo-inimigo”. Para ele, o soberano é quem toma as decisões no estado de exceção. Após a II Guerra, foi hostilizado por sua atuação como jurista no III Reich. Apenas depois de sua morte sua obra jurídica e constitucional foi valorizada.

CUNHA, Euclides Rodrigues Pimenta da (1866 – 1909)
Militar, engenheiro, professor de Lógica do Colégio Pedro II, repórter jornalístico, mais conhecido por seus livros “Os Sertões” – 1902 e “Contrastes e confrontos” – 1907. Colaborou com “A Província de S.Paulo”, hoje “O Estado de S.Paulo”, durante a campanha republicana e como correspondente na campanha de Canudos, que acompanhou também como adido do Estado-Maior do Ministro da Guerra. Propõe uma “guerra dos cem anos” contra as secas do Nordeste, que inclua a exploração científica da região, a construção de açudes, poços e estradas de ferro e o desvio das águas do rio São Francisco. Foi chefe da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus e inspetor da construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

HAYA DE LA TORRE, Víctor Raúl (1895 – 1979)
Político e teórico nacionalista peruano. Desde jovem, sua atividade política concentra-se em procurar estender a educação às camadas mais pobres, especialmente os índios. Fundador da Aliança Popular Revolucionária Americana, APRA; reconhecido como um dos mais importantes ideólogos da América hispânica. A oposição ao Governo o levou ao cárcere, de onde saiu após uma greve de fome para exilar-se no México (1923-30). Retornando, participou das eleições e foi derrotado. Em 1936, ao serem anuladas as eleições em que a APRA vencera, exilou-se novamente; regressou à atividade em 1943, mas em 1948 outra vez exilou-se no México onde permaneceu até 1954. Voltando ao Peru, foi eleito em 1962, sendo impedido de tomar posse. Foi Presidente do Parlamento em 1978.

CLAUSEWITZ, Carl Phillip Gottlieb von (1780-1831)
General da Prússia, grande estrategista e teórico da guerra. Combateu Napoleão no exército do Czar em 1812. Foi Chefe do Estado Maior prussiano em 1815. Em seus últimos anos ocupou o cargo de direção da Escola Militar de Berlim, quando escreveu o livro ¯ “Da Guerra” ¯ que, publicado postumamente, tornou-o famoso e exerceu grande influência nos estudos estratégicos dos séculos XIX e XX. Algumas de suas reflexões tornaram-se “lugar comum”, tais como a noção de que a guerra é a continuação da política por outros meios ou a de que o melhor ataque sempre será a ótima defesa. Para Clausewitz, a compreensão precisa dos objetivos e da disponibilidade de meios, o cálculo racional das capacidades e das oportunidades e o estabelecimento dos limites éticos ao uso da força são fundamentais no combate ao inimigo.

VIEIRA, António (1608 – 1697)
Missionário da Companhia de Jesus, escritor e grande orador. Crítico dos costumes e da Inquisição, defensor dos indígenas e dos cristãos novos. Adepto da profecia sebastianista, acreditava que Portugal estaria predestinado a ser o centro de um grande império do futuro. Assumiu missões diplomáticas. Em sua vasta e complexa obra, manifesta suas opiniões políticas: 16 volumes dos Sermões, entre os quais 3 contra a presença do invasor holandes do qual temia a superioridade militar: o de Santo Antônio e o da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, de 1638 e o Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda de 1640, mais 3 volumes de Cartas.